A cidade se insere no cenário cultural brasileiro desde muito tempo, em especial pela atuação de duas das maiores universidades do país em toda segunda metade do século XX. Assim, forma-se uma população atenta a todas as manifestações culturais e surgem diversos festivais, teatros e casas de shows, além de inúmeros núcleos produzindo arte, de e para, tanto aos universitários quanto aos cidadãos.
Mais recentemente, com a mudança no foco do mercado da arte passando da mídia física ao espetáculo, aliada à implementação de cursos de graduação e linhas de pesquisa no campo das artes e do audiovisual junto à UFSCar - Universidade Federal de São Carlos, a cidade passa a fazer parte da abertura do interior do estado e de diversas outras regiões do Brasil para a passagem de artistas. Ao mesmo tempo, São Carlos amplifica sua própria produção de nomes na arte. Torna-se então origem e caminho de passagem de inúmeras bandas, entre elas também bandas do instrumental.
Ainda nos primórdios dos anos de 1990, surge uma das primeiras bandas instrumentais de São Carlos, o Pantomime Jazz. Com poucas apresentações e um estilo bastante obscuro, são importante marco para a inserção do gênero na cidade. Já em 2002 viria despontar também no instrumental, mas desta vez dentro da embalante Surf Music, The Dead Rocks, que conseguiria grande exposição não só na cidade, mas em todo o país e mesmo na Europa.
Já na segunda metade da década de 2000, ao mesmo tempo em que todo o cenário explode, incluindo aí as bandas instrumentais no país, São Carlos se contamina também. Primeiro com Malditas Ovelhas!, instrumental influenciado pelo manguebeat, depois com Aeromoças e Tenistas Russas, saída diretamente do meio do audiovisual na UFSCar. Ambas conseguem grande inserção por todo o Brasil, colocando em definitivo São Carlos no mapa da música instrumental do país.
E, não bastasse citar os grupos trabalhando na cidade, para a formação desta história recente desta nova música instrumental na cidade houve iniciativas como o Projeto Transgenia e o Deduções de Dupin que em muito corroboraram a tanto. São Carlos provaria ainda ser um berçário sem tamanho à música instrumental, quando em 2010 irrompem dois outros nomes: Aos Maníacos Símeis, grupo instrumental privilegiando a improvisação; e Bexigão de Pedra, também surgida do meio universitário.