A música instrumental teve grandes expoentes no país. De Carlos Gomes, na ópera romântica no século XIX, a Villa-Lobos, no modernismo de Mário de Andrade, vários representantes transpareceram à História os nossos costumes. Contudo, fora do erudito, quem marcou o Brasil junto ao povo através dos séculos foi a canção, da voz que acompanhava os ritmos que dariam origem ao Samba até a mais recente Nova MPB.
Mas com o pensamento pós-moderno levando o campo das artes ao encontro da sociedade como um todo, passa a valer uma diferente percepção da música instrumental. Esta movimentação se opera em todo o globo, e à sua maneira nas terras brasileiras. Com a possibilidade de reprodução fonográfica, estilos como o Choro, a Bossa Nova e mesmo as cadências mais regionais tomam parte maior nos ouvidos do povo. Ao mesmo tempo, criam-se grandes cidades, surge o rádio, a industrialização do país, o regime militar, o rock e mesmo a novela, dando força aos movimentos da cultura pop.
As raízes da música instrumental então contaminam-se com a grande troca de informações no mundo das últimas décadas. Surgem também expressões artísticas como aquelas da Europa e Estados Unidos, que mesclam a incontinente vontade de quebrar paradigmas. E, de uma sociedade onde o erudito perde seu encanto, a música instrumental toma nova forma, tornando-se a expressão viva deste novo cotidiano, disseminando-se entre as mais diversas classes em diferentes manifestações.
No Brasil, estas manifestações não seriam diferentes. Marcado por uma forte urbanização no final do século XX, teria uma série de nomes surgindos por todo seu território. No estado de São Paulo, a efervescência permanecia. São Carlos também teria sido impelida a participar desta nova música instrumental. Assim surgiriam os diversos nomes que compõe o cenário do #SancaInstrumental.